TRÊS DE MAIO E SUA HISTÓRIA - ANTÔNIO BONFANTI

TRÊS DE MAIO E SUA HISTÓRIA - ANTÔNIO BONFANTI

ANTÔNIO BONFANTI

Nascido no dia 08 de julho de 1884, Antônio Bonfanti era filho de Santo Bonfanti e Rosa Ferrazza, casal de agricultores italianos que vieram para o Brasil por volta de 1875 com um filho portador de paralisia infantil (Ângelo), e aqui acabaram se estabelecendo em Caxias do Sul, onde tiveram mais quatro filhas e um filho, que foi Antônio. 
Anos mais tarde, Antônio casou-se com Albina Fauro, nascida em Caxias do Sul no dia 4 de abril de 1885, e o casal teve 10 filhos: Adelino, Genoveva, José, Teresa, Amabile, Margarida, Rosa, Helena, Maria e João. 
Em 1917, a família mudou-se para Boa Vista do Cadeado, e, no ano seguinte, vieram para a região do Santa Rosa – Buricá, onde já alguns casebres dos primeiros colonos que aqui chegaram começavam a formar o arruado de um povoamento. Se estabeleceram em uma área mais afastada, mas rica em água (onde hoje situa-se boa parte do Bairro São Francisco), e ali instalaram um alambique e uma serraria.
A família prosperou nos negócios e, por volta de 1925/26, Bonfanti adquiriu oito colônias de terras na localidade de São Braz, na Esquina Tucunduva (hoje, município de Tucunduva), as quais acabou doando aos filhos como herança, mas não sem antes doar um lote para a comunidade local erigir a capela de São Braz.
Em 1930, quando o padre Vicente Testani conclamou a todos para iniciarem o projeto de um colégio católico na Vila, grande parte da madeira utilizada na construção (que depois viria a ser administrado pelas Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus), foi serrada e doada por Bonfanti.
E, em 1936, quando decidiu-se dar início também à construção de um hospital na Vila, após diversas festas e arrecadações organizadas por Bonfanti junto ao grupo de fabriqueiros da igreja do qual ele fazia parte e era o presidente (membros do conselho paroquial), Antônio Bonfanti ofereceu um de seus terrenos por 4 contos de réis, para que nele fosse erigido o hospital.
Porém, segundo o que o padre Testani registrou no Livro do Tombo n° 01, após ser verificado com Bonfanti se poderiam iniciar as obras no terreno e somente depois começarem a pagar parceladamente por ele, à medida que fossem conseguindo mais arrecadações, este teria enviado recado ao padre dizendo que “não, somente depois de tudo quitado”.
 Assim, o padre Testani decidiu construir o hospital sobre o mesmo terreno pertencente ao colégio das irmãs, ignorando que esta opção já havia sido descartada pelos fabriqueiros em assembleia, o que acabou desagradando muito a Antônio Bonfanti que acabou demitindo-se do conselho, dando início ali a uma grande desavença entre ele e o vigário.
A filha Margarida, anos depois, entraria para a Congregação das Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus de Três de Maio e assumiria o nome de irmã Vicentina. 
A filha Maria se casaria com Inácio Wicrowski, com quem, em 1938, Antônio Bonfanti se associaria para dar início a construção de um outro hospital na Vila, em terreno seu, o qual ficaria conhecido como “Hospital Santo Antônio”, e Bonfanti ajudaria a administrá-lo por alguns anos.  
Depois do falecimento de sua esposa, Albina, no dia 30 de março de 1944, Antônio Bonfanti perdeu bastante do seu entusiasmo pela vida e, seguido a outras perdas de cunho jurídico envolvendo atritos com alguns sócios do hospital, decidiu se desfazer de tudo, o que o levou a, em 1946, acabar vendendo sua propriedade aos padres capuchinhos, que naquele mesmo ano haviam vindo se estabelecer em Três de Maio a convite do padre Testani.
Após, Bonfanti adquiriu uma área de terras em Esquina Salete, onde foi morar com o filho mais jovem, João.  
Antônio Bonfanti faleceu no dia 11 de junho de 1956, aos 72 anos de idade, deixando aqui um legado importante que permaneceu por muitos anos servindo honrosamente a comunidade, mas que com o passar do tempo foi se diluído cada vez mais na memória dos antigos moradores.
Porém, agora fica registrado em definitivo.

 

Antônio Bonfanti faleceu aos 72 anos de idade

 

Antônio Bonfanti (primeiro à esquerda da foto sentado), ao lado da esposa, Albina Fauro, filhos, genros, 
noras e o irmão, Ângelo

 

Bastante religioso, Antônio Bonfanti era devoto de Santo Antônio

 

 

 

 

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